Fast Food

Habib’s provoca concorrentes e lança esfihas inspiradas em McDonald’s, Burger King, KFC e Taco Bell


Para comemorar o “Dia da Esfiha”, o Habib’s decidiu provocar seus principais concorrentes e lançar novos sabores do seu principal produto inspirados em lanches das marcas de fast-food McDonald’s, Burger King, KFC e Taco Bell. Edição limitada das esfihas temáticas serão comercializadas em todas as lojas da rede de comida árabe até o fim do mês. Assista, mais abaixo, o vídeo da campanha.

A ação “Bib’sfihou Geral” foi desenvolvida pela agência AlmapBBDO. Segundo conta o diretor executivo de criação da agência, Rodrigo Almeida, a ideia do projeto era fugir das tradicionais campanhas veiculadas na TV e nas redes sociais e sugerir a criação de um produto que fizesse menção aos concorrentes, o que foi aceito pelo Habib’s. “Batata, lanche e refrigerante todos têm, mas esfiha é só com a gente”, afirma Almeida. “Por isso, decidimos homenagear os concorrentes e os seus sabores icônicos.”

Em nova ação desenvolvida pela Almap BDDO, Habib's lança quatro novos sabores de esfirra inspirados nos concorrentes.
Em nova ação desenvolvida pela Almap BDDO, Habib’s lança quatro novos sabores de esfirra inspirados nos concorrentes. 

Na “homenagem” aos quatro concorrentes, lista de ingredientes dos novos sabores traz de “molho especial” a cobertura de tacos nas esfihas nas versões “Bigg Sfiha”, “Esfiha do Rei”,”Tacco Sfiha” e a “Chicken Sfiha”.

Apesar de não citar diretamente o nome das outras redes de fast-food na ação, a campanha “Bib’sfihou Geral” traz a presença dos concorrentes não apenas nos ingredientes e sabores. Em uma das peças de divulgação da marca, o gênio do Habib’s aparece ao lado dos mascotes do McDonald’s, Burger King, KFC e Taco Bell. Na imagem, os concorrentes aparecem borrados. Em outra imagem, um sanduíche aparece borrado com a legenda “Essa é para você que ama um…”, uma alusão direta ao Big Mc, tradicional lanche do McDonald’s.

De acordo com o diretor executivo de criação da Almap BBDO, Rafael Gil, além da parceria com a marca, o processo criativo dessa campanha também envolveu uma participação ativa do corpo jurídico da rede de comida árabe. Ele conta que por se tratar de uma ideia “ousada” que faz alusão a outras empresas, algumas ideias acabaram barradas por receio de possíveis ações judiciais. “Essa é uma campanha atrevida”, pontua o executivo.

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Com esfirras inspiradas nos concorrentes, campanha do Habib's traz  produtos tradicionais dos rivais com imagens borradas.
Com esfirras inspiradas nos concorrentes, campanha do Habib’s traz produtos tradicionais dos rivais com imagens borradas. 

Para o presidente do Cenp-Meios, Luiz Lara, as marcas podem pensar ações com tom de brincadeira, desde que respeitem limites éticos na sua produção. “A publicidade é uma exacerbação da realidade e cabe a liberdade criativa mesmo que, com ética, leveza e bom humor, provoque a concorrência”, afirma Lara.

A estratégia de provocar concorrentes não é restrita ao Habib’s dentro do setor de fast-food. Há muito tempo, o Burger King vem fazendo todo o tipo de provocação ao McDonald’s, desde uma campanha em que mostrava as churrasqueiras dos executivos da rival – para mostrar que eles gostam de hambúrguer feito no fogo, e não na chapa – até oferecer promoções para os clientes da concorrente.

Esse tipo de estratégia de provocação à concorrência costuma ser comum em marcas “desafiantes”, que não têm a liderança de mercado. Em uma das propagandas, o Burger King chegou a incentivar que seus clientes “queimassem” anúncios do McDonald´s. A campanha acabou ganhando prêmios do festival Cannes Lions, que tem o Estadão como representante oficial no Brasil.

Porém, em alguns casos, a concorrência pode não entender as campanhas com alusão a sua marca de forma tão amistosa. Em 2017, o Burger King veiculou comercial para o Dia das Bruxas com um “palhaço assustador” em referência à concorrente. Na ocasião, a rede prometeu distribuir sanduíches gratuitos para quem se fantasiasse inspirado no palhaço Ronald McDonald’s, mascote da rede de fast food.

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O McDonald’s, por sua vez, não viu muita graça na campanha e moveu uma ação no Conselho Nacional de Auto-regulamentação Publicitária (Conar) pedindo a suspensão da propaganda no País. Meses depois, em julho de 2018, o órgão recomendou que o Burger King removesse todas as peças da campanha do ar. A recomendação, à época, foi acatada pela empresa que criou o filme publicitário.

Vale ressaltar que, em casos como da ação envolvendo McDonald’s e Burger King, as decisões do Conar não têm caráter de lei ou efeito punitivo. Por ser uma entidade particular, o conselho de ética do órgão de auto-regulamentação avalia as denúncias e apenas recomenda à marca pela suspensão, ou não, das campanhas. A decisão de retirar o material é inteira dos anunciantes.

Questionado sobre a atual campanha do Habib’s, o Conar informou que, até o momento, o órgão não recebeu nenhuma ação dos concorrentes solicitando que a peça fosse analisada pelo conselho de ética.



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